20 julho 2015

Vereador diz que deputado terá “seu carinho e sua boa vontade” caso se candidate a prefeito de S. A. de Jesus. Leia a entrevista:

Por um pouco de tempo em silêncio, o vereador santoantoniense Uberdan Cardoso (PT), voltou a dialogar o assunto política na última sexta-feira (17), aproveitando para expor sua opinião acerca de vários assuntos recorrentes na cidade.
PT de Santo Antônio de Jesus vira folha? Recentemente, Zenilton Conceição, o presidente do Partido dos Trabalhadores de Santo Antônio de Jesus relatou que a legenda voltaria a se unir com a administração municipal, atitude que de início não agradou Uberdan oposicionista face à atual administração e sobre o assunto, ele afirmou mais uma vez que não ficará neutro, pois, quem tem opinião não adota essa postura de modo que continuará a falar sobre o que acredita se opondo ao prefeito Humberto Leite (PDT). “O PT não é uma comissão provisória, nem temos dono, portanto o mesmo poder de voto que possuo outros filiados tem e o partido é de debates. Quando decidimos inicialmente marchar com o dirigente, fui contra, mas fiz meu papel, ao optarem pelo contrário posteriormente, grande parte não ficou na mesma posição, então, agora que voltaram não me sinto à vontade de ser da situação novamente e o partido, se decidir que não estou colaborando com as atitudes pode ficar à vontade de me expulsar ou advertir, apesar de não ter credibilidade para fazer isso”, relatou. Segundo Cardoso, a filiação qual pertence errou ao voltar a ser situação com respeito à administração atual, pois estava se construindo para ter uma candidatura própria a prefeito de Santo Antônio de Jesus e de repente sem nenhuma explicação lúcida voltou para os braços do gestor. “O PT errou, se equivocou, se minimizou tanto na estratégia quanto na prática, acabou se tornando um partido pequeno ao resolver voltar a pertencer ao lado de situação, procuramos o pior caminho para chegar ao poder e mudar os destinos da nossa cidade. No cenário das eleições em 2016, ninguém sabe o que vai acontecer e é muita inocência achar que teremos a fidelidade de Humberto Leite ou de ele achar o mesmo, mas é tomando topada que vai para frente, tomara que não entre num buraco profundo, sem fim”, desabafou.
Relação com Délcio Mascarenhas: Acerca do assunto, Uberdan contou que ninguém é ‘cachorro sem dono’ ou sete vezes eleito vereador à toa, sendo composto por ‘méritos e deméritos’ e no quesito relação pessoal, o edil declarou que é de respeito e aprendeu muito com Délcio Mascarenhas (PP), o qual respeitava seus pontos de vista embora discordasse no campo político, sendo que atualmente ambos são ideologicamente opostos.
Candidato a prefeito em S. A. de Jesus ou Aratuípe? O entrevistado confirmou ter sido convidado para postular o cargo de administrador em Aratuípe, mas declarou que não aceitou a proposta por estar em seu momento e possuir vínculos políticos muito mais afinados com o município santoantoniense. “Estou à disposição em Santo Antônio de Jesus para fazer um amplo debate da grande política. Hoje sou pré-candidato a reeleição como vereador, mas não posso ser candidato de mim mesmo, as pessoas têm de querer”, relatou.
Prefeito afirmou que vereador está “possuído pelo demônio”: Declaração antiga de Humberto Leite, mas ainda lembrada pelo petista que disse que na ocasião, o dirigente municipal foi imprudente, infeliz em suas declarações e espera atualmente o gestor ter sorte e capacidade para gerir a cidade. “Ele merecia uma resposta dura, se eu estivesse com a cabeça quente diria várias coisas, mas não posso descer ao nível dele. Não sei se é o prefeito que merecemos, mas é o que temos, portanto é necessário que eu respeite a relação vereador-prefeito”, explicou.
Reforma administrativa: “Foi uma excrescência, uma vergonha, pois mais de R$ 7 milhões de reais da receita municipal são gastos com despesas de pessoal. O limite prudencial diz que apenas até 54% podem ser gastos com pessoal e o município já tinha excedido esse limite com 3% a mais e fez uma reforma criando 195 novos cargos de R$ 1 mil a R$ 5 mil reais à toa, só para colocar apadrinhados políticos, visto que no ajuste os critérios de seleção não constavam em anda, sem pedir o mínimo de requisito, nem ensino médio tinha para trabalhar sabe-se lá onde, pois a Secretária de Cultura ficou até o evento junino sem saber onde atender por não ter o espaço. Tudo isso enquanto a realidade no setor de saúde está vergonhosa”, revelou Cardoso quanto ao novo ajuste, acrescentando que falta priorizar a saúde, pois atualmente, segundo ele faltam remédios, materiais para curativos e utilizar melhor alguns espaços como a área ao lado do ginásio de esportes, segundo o edil a situação se reflete na falta de planejamento. “A administração de Santo Antônio é a gerência do caos, administração do caos. É como uma pessoa que sai de manhã, procurando comida para o meio dia, sem planejar o necessário para o mês, o ano, esse é o problema da administração do caos”, disse.
Possibilidade de ser vice do deputado estadual Rogério Andrade caso haja candidatura à prefeitura municipal: Comenta-se muito na cidade a possibilidade de rompimento da aliança política entre Rogério e o atual gestor Humberto Leite, mas o vereador Uberdan relatou que só poderá emitir qualquer opinião política com respeito a Rogério depois de ele assumir publicamente um posicionamento. “Se Rogério Andrade me disser que seu projeto não é mais em apoio ao gestor Humberto Leite haverá um diálogo entre nós. Se o deputado vier para ser candidato a prefeito vamos conversar com ele dentro da conjuntura de oposição e aí ele tem o meu carinho, minha boa vontade” declarou.
Procede a suspeita do Ministério Público de sobrepreço da contratação das bandas que se apresentaram no São João de S. A. de Jesus?  Antes dos festejos juninos o Ministério Público através do promotor Dr. João Manoel recomendou à administração municipal a revisão de alguns valores pagos a atrações sob a suspeita de superfaturamento antes mesmo das festas. A prefeitura através da sua secretária de administração Luciene Pinto negou haver quaisquer indícios de sobrepreço, mas o edil demonstrou ponto de vista contrário com respeito ao assunto. “Onde há fumaça há fogo, pois é inaceitável que se tenha tido uma supervalorização das bandas da forma como ocorreu. Acho que os indícios que o MP (Ministério Público) sobre irregularidades são fortíssimos e precisam ser apurados”, concluiu.