19 fevereiro 2014

Sem renovação no aluguel de Covas e Carneiras, ossadas e restos humanos estão expostos no cemitério de Mutuípe

A delegacia de Mutuípe vai apurar a presença de ossadas humanas no cemitério municipal da cidade, localizada no centro-sul da Bahia, segundo informou a delegada Corina Lopes de Oliveira nesta quarta-feira (19). A situação foi registrada na unidade de polícia após denúncia de moradores. "Agora vamos investigar. O cemitério está em obras e vou fazer o contato com essas pessoas e ouvir todos os responsáveis", disse. A queixa foi aberta por Jesulino Santos Júnior, vereador da cidade, que também encaminhou registros de fotografias e vídeos para o Ministério Público da Bahia (MP-BA). De acordo com ele, os restos de ossos foram vistos já em estado de decomposição, a céu aberto. "Moscas e cachorros estavam comendo e levando esses ossos para a rua pública. Recebi denúncias pedindo que fosse ao cemitério, que a administração estava jogando restos mortais fora das gavetas", relatou. O secretário de Adminstração de Mutuípe, Cremilson Andrade, conta que não foi informado sobre a situação. "Temos dois servidores responsáveis pela manutenção do cemitério, que são os coveiros. Nunca aconteceu isso", afirmou. Andrade explica o tipo de contrato realizado com as famílias dos mortos. "Temos gavetas que são disponibilizadas para os familiares. As gavetas que estão à venda podem ser perpétuas ou alugadas por três anos", disse. As famílias responsáveis assinam um Documento de Arrecadação Municipal (DAM) antes da compra ou aluguel das covas. "A pessoas recebem esta guia informando o período em que devem retornar para renovar ou não. Se nos três anos a pessoa não comparecer, a prefeitura pode utilizar o local e fazer a remoção dos ossos para um ossário geral, que fica no próprio cemitério. Mesmo assim, localizamos a pessoa para que ela compareça", comentou. Segundo o gestor, muitas famílias não demonstram interesse em realocar os restos mortais dos parente e enfatiza que não há prática de exposição de ossos. "Na retirada das gavetas de aluguel que as famílias não querem mais renovar, o servidor coloca em um saco, identifica e guarda no local apropriado", informou. Ele afirma que espera ser notificado formalmente sobre a situação para que a pasta abra um processo administrativo para apurar se houve negligência funcional, ressaltando que nunca houve um caso semelhante. Informações G1 Bahia/ Almeida Notícias.