21 novembro 2012

Morto no casório perdeu o irmão há 3 anos : " Muito sofrimento para a mãe"


A morte do fuzileiro naval Fabio dos Santos Maciel, de 33 anos, que sofreu um corte na veia femoral após cair sobre uma taça na saída do seu casamento, na madrugada desta segunda-feira, não foi a única tragédia inesperada na família. Em 2009, o engenheiro florestal Bruno Maciel, irmão de Fabio, morreu aos 28 anos, em decorrência de problemas intestinais.

Morto no casório perdeu o irmão há 3 anos
— Perder dois filhos tão novos é muito sofrimento para uma mãe só — afirma Antonio Marcos Arsen Salazar, cunhado de Fabio, ao se referir à sogra Maria Regina dos Santos Maciel.

O corpo de Fabio estava marcado para ser levado para Manaus (AM) na tarde desta terça-feira, onde será enterrado ao lado do irmão, no Cemitério Parque Tarumã. Mas a data do sepultamento ainda não foi definida pela família.

Tudo porque os parentes ainda não conseguiram voltar à cidade. O cunhado e uma tia, que tinham passagens de volta marcadas para sexta-feira, não conseguiram antecipar a volta a Manaus, porque a empresa aérea cobrou até R$ 3.000 pela mudança de data. Segundo familiares, a Marinha custeou apenas o deslocamento do corpo de Fabio e as passagens da viúva Geise Guimarães, que está sendo mantida à base de calmantes.

Nesta terça-feira, a família acusou os funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cocotá, na Ilha do Governador, de negligência. Fabio foi levado à unidade, mas não foi atendido e morreu a caminho do Hospital Paulino Werneck.

— Não deixaram nem ele entrar na UPA. Só disseram que ele não podia ser atendido, porque eles não tinham os instrumentos adequados — critica Raquel Guimarães, uma das madrinhas do casamento e prima de Geise.
Em nota, a Secretaria estadual de Saúde explicou que uma enfermeira verificou a gravidade do ferimento, e indicou um hospital próximo.

— Quando há muito sangramento, a UPA não atende, porque não tem estrutura para isso. É perda de tempo para o paciente. O tratamento é cirúrgico — explica o cirurgião Eduardo Fávero.
O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Calogero Presti, recomenda chamar unidade de emergência.

— Nesses casos, o procedimento correto é chamar o resgate, que leva o paciente à unidade adequada.
Quarto do casal na Ilha está lacrado

Na adolescência em Manaus (AM), Fabio sonhava em servir o Exército. Mas teve o objetivo frustrado aos 18 anos, ao ser dispensado por excesso de contingente. Aos 21, ingressou como recruta na Marinha, onde se tornou amigo inseparável de Alvaro de Lima Negreiros. Os dois se mudaram para o Rio em 2004, para o curso de cabo.

Além deles, outros dois fuzileiros vindos da Maceió dividiam uma casa no bairro Bancários, na Ilha. Lá, Fabio conheceu Geise, filha da dona de um bar frequentado pelos fuzileiros. Mas o namoro só ficou sério em 2006, quando Fabio serviu no Haiti. De lá, mandou uma foto, tirada numa praia, para o celular dela, onde declarou o amor com letras feitas por conchas do mar, onde escreveu, num coração: “Geise te amo d+”.
— A partir dali, o namoro ficou sério — conta o hoje sargento Negreiros, um dos padrinhos do casamento.
Neste ano, Fabio e Geise fizeram uma obra de oito meses no segundo piso do imóvel da mãe dela, onde iriam morar. Com a morte inesperada de Fabio, o quarto do casal foi lacrado.
Fonte: Extra