26 junho 2012

Queda de cabelo e caspa? Pode ser estresse ou até depressão


Poucas pessoas sabem, mas a saúde do cabelo pode ter uma relação direta com a saúde emocional. Momentos de estresse, preocupação, ansiedade e depressão podem refletir na beleza das madeixas e agravar ou até causar doenças. “Geralmente o equilíbrio interno é refletido em pele e cabelos bonitos e saudáveis”, afirma a dermatologista Cristiane Braga, especialista em tricologia (ramo da medicina que trata dos pelos e cabelos). A  assistente administrativa Rosemary Vieira, 51, levou um susto quando notou algumas casquinhas em seu couro cabeludo há um ano. No médico, o diagnóstico: estava com psoríase, uma doença autoimune, e seu aparecimento tinha ligação direta com o estresse que ela vivia. Mãe de duas adolescentes gêmeas e trabalhando em período integral, o resultado da consulta médica não lhe causou estranheza. “A correria diária, os filhos, a casa e o trabalho acabam gerando muita preocupação, nervosismo e desencadeiam este tipo de reação no corpo”, desabafa.Segundo Cristiane Braga, a dermatite seborreica, mais conhecida como caspa, é outra doença que pode se agravar em pessoas estressadas. “Já a depressão pode ter como primeiro sintoma a queda acentuada de cabelos”, continua a médica. Se os fios estão caindo mais do que o normal há mais de três meses, vale uma investigação mais profunda.
A alopecia areata é outro mal que pode ser desencadeado por períodos de grande estresse. A doença causa perda de cabelo ou de pelos em áreas bem delimitadas do corpo, em geral de forma arredondada ou oval. Já a tricotilomania é um distúrbio caracterizado por arrancar cabelos sem fins estéticos e acomete indivíduos muito ansiosos.
O estresse pode gerar ainda processos inflamatórios no couro cabeludo que causam excesso de oleosidade nesta região. Alergias a processos químicos, como tinturas e escovas progressivas, ou desequilíbrios hormonais causados por doenças como diabetes, hipotireoidismo e ovários policísticos, também podem deixar os cabelos pesados e oleosos.
Em qualquer um dos casos, o correto diagnóstico só pode ser feito por um médico. “A principal orientação é procurar um especialista o mais rápido possível, para uma correta investigação”, indica Cristiane Braga.
Alimentação e cuidados
Quem come fora de casa todos os dias está sujeito, ainda, a desequilíbrios no organismo causados pela má alimentação ou por comer em horários irregulares. Para saber se está ingerindo os nutrientes de que precisa, prestar atenção aos cabelos pode ser uma boa dica. De acordo com a dermatologista, madeixas sem brilho e quebradiças geralmente indicam deficiências nutricionais ou até mesmo anemia por falta de ferro ou de vitamina B12.
Para fugir deste problema e, de quebra, ainda ter cabelos bonitos e saudáveis não se deve deixar de incluir no cardápio carnes vermelhas, que são fonte de ferro; verduras, legumes e frutas, que contêm vitaminas e oligoelementos como zinco, cobre, licopeno; e castanhas, boas fontes de selênio e alfatocoferol.
Para manter a saúde capilar em ordem é preciso ainda lavar os cabelos em dias alternados, de preferência com água fria ou morna, e evitar dormir com o cabelo molhado, o que pode facilitar o crescimento de fungos e bactérias na região.
No frio, os cuidados devem ser maiores para evitar o ressecamento do couro e dos fios. “É bom evitar banhos com água muito quente e utilizar máscaras hidratantes com proteção térmica, para manter uma melhor hidratação”, explica a dermatologista. Ela indica ainda aumentar a ingestão de água, frutas, legumes e verduras, para garantir a nutrição adequada dos fios.(UOL)