Mesmo antes da leitura do parecer do relator pela admissibilidade da denúncia contra Temer, a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara, desta segunda-feira, começou com um bate-boca por causa da leitura da ata da reunião anterior. Logo em seguida, o deputado Delegado Waldir (PR-GO), que votaria a favor da denúncia e foi um dos retirados do colegiado por decisão da liderança do partido, quase interrompeu a sessão aos gritos contra o governo, que considerou responsável pela troca. “Governo corrupto, vai cair. Esse governo é bandido, é covarde”, gritou o parlamentar goiano. A oposição manifestou solidariedade ao deputado. No início da reunião, que começou com cerca de 20 minutos de atraso, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), tentou pular a leitura da ata, mas depois dos protestos acabou recuando. O deputado Major Olímpio (SD-SP), que também foi retirado por seu partido do colegiado, questionou a troca de membros na comissão e, como o colega do PR, protestou aos gritos. “É uma vergonha o que estão fazendo. Criminosos.” ‘Férias’. O vice-líder da bancada do PMDB, Carlos Marun (MS), defendeu as trocas e disse que a manobra era “correta”. Marun – que foi incluído ontem como titular na CCJ – disse que quem precisa colocar voto no plenário é a oposição. O peemedebista disse esperar que não haja recesso enquanto o assunto não for liquidado na Câmara. “Só falta alguém achar que podemos sair de férias deixando sobre a mesa uma questão tão importante como essa”, afirmou. (Estadão Conteúdo)