O prefeito ACM Neto (DEM) não aceitou conciliar com o vereador José Trindade (PSL) e o juiz Ricardo Augusto Schmitt, da 10ª Vara Criminal de Salvador, desmarcou a audiência marcada para que os dois pudessem se entender. O magistrado havia marcado uma audiência de reconciliação para esta segunda-feira (4), mas Neto mandou um comunicado para Justiça no qual informa o desinteresse em se entender com Trindade. “Em razão disso, atendido o caráter personalíssimo da manifestação de vontade, vê-se que, a esta altura, torna-se desnecessária a manutenção da audiência designada para o próximo dia 4 de julho de 2016, às 9 horas, eis que uma das partes, a saber, querelante, pessoal e expressamente fez constar o seu desinteresse em reconciliar, razão pela qual, determino ao cartório que faça a exclusão da referida audiência da pauta deste juízo”, diz o juiz, em seu despacho. Diante disso, o magistrado aceitou a queixa-crime de Neto contra Trindade. Segundo Schmitt, há indícios de que o vereador cometeu crime ao acusar o chefe do Palácio Thomé de Souza de "extorsão" no caso do Uber. “Observo estar presente, nesta fase processual, a prova da materialidade dos delitos, bem como indícios que apontam o querelado [Trindade] como sendo o autor, razão pela qual, recebo a queixa-crime”, frisa.
Em seu despacho, o juiz ainda determina que Trindade responda a acusação no prazo máximo de 10 dias. “Oportunidade em que poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário, advertindo-o que caso a resposta não seja apresentada no prazo legal assinalado, ou na hipótese de não constituir defensor, por existir representante da Defensoria Pública Estadual em atuação neste juízo, os autos lhe serão encaminhados para o oferecimento da resposta escrita, em igual prazo.”, destaca.
O caso: O vereador acusou o chefe do Palácio Thomé de Souza de "extorsão" no caso do Uber em Salvador. “O único motivo pelo qual o prefeito ACM Neto é contra o Uber é porque não consegue extorquir, cobrar pedágio da empresa nem entregar o controle a seus amigos e familiares, como no caso da Estação da Lapa”, atacou. O prefeito não gostou nada. Além de mandar o líder do governo, vereador Joceval Rodrigues (PPS), responder ao ataque, o democrata ingressou com uma ação na Justiça contra Trindade. Neto acusa Trindade de calúnia (isto é, imputar falsamente fato definido como crime), que prevê pena de prisão de seis meses a dois anos e um multa. (Bocão News)