20 março 2014

Nilo cogita apoio à oposição após ser preterido por Wagner

Após a confirmação do deputado federal João Leão (PP) como vice na chapa do governo, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado Marcelo Nilo, cogita apoiar a chapa da oposição. "Minha decisão pessoal só vou definir depois da Copa. Vou esfriar a cabeça. Fui considerado pela oposição, mas não quero fazer parte da chapa da oposição. Mas se meu partido decidir apoiar a oposição, dessa vez eu não veto", disse durante entrevista a rádio Tudo FM nesta quinta-feira, 20. Ele ainda sugeriu que o PDT estuda apoio ao grupo liderado pelo prefeito ACM Neto. Nilo também adiantou que o grupo liderado pelo governador Jaques Wagner perdeu quatro votos em sua casa. De acordo com Nilo, sua mulher e três filhas vão votar em Lídice da Matta, com quem elas têm amizade.Durante a entrevista, Nilo, que estava com voz trêmula, demonstrou mágoa com a decisão do governador Jaques Wagner. "Fui desconsiderado, não como amigo, cumpadre, mas como presidente de um poder, como o deputado mais votado da Bahia, como ser humano. Fui usado para valorizar a (vaga) de vice. Não tiveram a mínima consideração comigo".O deputado afirmou que Wagner, com quem ele tomou café da manhã nesta quarta, teria dito para ele que a vaga não estava definida horas antes de anunciar o nome de Leão.
"Eu tomando café com ele, ele perguntou 'quem disse que é Leão?' Se ele tivesse me dito antes, não teria problema. Mas me levaram com a barriga. Fui desrespeitado, fui agredido. Fui leal a ele por sete anos. Mas a lealdade perdeu para chantagem, a coerência perdeu para as ofensas. O que João Leão falou sobre Rui Costa (candidato a governador) é impublicável".
Nilo também questionou a lealdade de João Leão. "Ele (Wagner) disse que a minha lealdade é idêntica a de Leão. Isso eu não aceito. A amizade ele pode até dizer, porque o grau de amizade quem define é ele. Mas a fidelidade não. Eu não sou chantagista, nunca passei de lado. Leão sempre ficou de um lado para o outro. Queria ver ele tirando os policiais e professores da Assembleia (durante a greve dessas categorias), como eu fiz. Se tivesse derramado uma gota de sangue, eu teria que renunciar. Mas eu fiz porque achava que estava na hora da greve acabar, acreditava no projeto do governador. Mas o que eu recebi do governador?". Agora, Nilo pretende se candidatar novamente para deputado estadual.