11 março 2014

Autoridades ainda não encontraram destroços de avião desaparecido na Malásia

No terceiro dia de buscas, dezenas de navios e aeronaves ainda não conseguiram localizar qualquer peça do Boeing 777, que desapareceu na madrugada de sábado ao sul do Vietnã. O chefe de Aviação Civil da Malásia, Azharuddin Abdul Rahman, disse nesta segunda-feira que os investigadores estão analisando “cada ângulo” para tentar explicar o desaparecimento, inclusive a possibilidade de sequestro.
Manchas de petróleo foram encontrados ao sul da China e enviados a um laboratório para analisar a possibilidade de um vazamento do avião da Malaysia Airlines, que transportava 239 pessoas. O Boeing 777-200 decolou de Kuala Lumpur às 00h41 de sábado (hora local, 13h41 de sexta-feira no Brasil) e deveria aterrissar em Pequim seis horas mais tarde. Seu sinal no radar da Malásia foi perdido uma hora depois da decolagem. 
Centenas de parentes estão reunidos em um hotel em Pequim, à espera de um voo para Malásia. Dos 227 passageiros, dois terços eram chineses. Da Malásia, vieram 38 pessoas e 12 tripulantes, além de passageiros de outras localidades da Ásia, Europa e América do Norte, incluindo três norte-americanos. “Nós aceitamos a vontade de Deus. Se eles forem encontrados vivos ou mortos, nos rendemos a Alá”, disse Selamat Omar, pai do malasiano Mohamad Khairul Amri Selamat, de 29 anos, que estava indo a Pequim para uma viagem de negócios. 
Navios do Vietnã trabalharam durante toda a noite, mas não encontraram nenhum objeto ou parte do avião que pudesse fornecer sinais sobre a localização do veículo. Uma equipe chegou a recuperar um objeto amarelo, que poderia ser um salva-vidas, mas as suspeitas foram descartadas. “Não encontramos nada que parecesse pertencer a aeronave”, disse Rahman. 
Nesta segunda-feira, o ministro da Agricultura da Malásia fez um apelo aos pescadores do país para que ajudem a procurar qualquer sinal que possa dar pistas sobre a localização da aeronave. Dato Seri Ismail Sabri Yaakob disse que convidou 1.733 navios a participar das operações. “Eles vão olhar para qualquer coisa que não seja peixe, qualquer sinal no mar”, afirmou. 
Investigações: 
O governo da Malásia trabalha com várias possibilidades para explicar o desaparecimento do avião, entre elas uma possível explosão, uma falha do motor, turbulência, erro humano ou até mesmo suicídio. Neste momento, o foco das investigações está voltada para um possível ato terrorista, no qual dois passageiros - um italiano e outro austríaco - viajavam com passaportes roubados. Os documentos foram roubados na Tailândia, em 2012. As reservas mostravam que somente os bilhetes de ida para a China haviam sido emitidos.
A Interpol confirmou que tinha conhecimento sobre o roubo dos passaportes, mas explicou que nenhum documento foi verificado antes de o avião partir. O secretário da Interpol, Ronald Noble, salientou que apenas alguns países fazem essa verificação e criticou as autoridades que estavam “à espera de uma tragédia para colocar as medidas de segurança nos portões de embarques internacionais”.
Rahman respondeu aos comentários e disse que todos os quesitos de segurança na Malásia são respeitados em conformidade com as normas internacionais. (Correio)