É praxe da presidente Dilma Rousseff se esquivar de
pesquisas de avalição de governo. “Não comento pesquisa”, costuma dizer.
Nesta quarta-feira, em contrapartida, um dos seus principais
interlocutores políticos, o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto
Carvalho, disse que a presidente, a exemplo do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva na crise do mensalão, cobrou mais trabalho da equipe
frente ao cenário negativo. “Eu lembrei outro dia, quando em 2005 o
presidente Lula nos dizia: ‘não deem importância para a crise política,
vamos trabalhar mais ainda’. A presidenta Dilma nos deu a mesma
recomendação.
A gente responde com mais trabalho, porque é nosso papel”,
relatou o ministro. Na última terça-feira, o instituto MDA Pesquisas
divulgou uma pesquisa, encomendada pela Confederação Nacional dos
Transportes (CNT), que apresenta um cenário de queda de popularidade de
Dilma de 23 pontos percentuais. O registro foi similar ao do instituto
Datafolha, que havia registrado queda de 27 pontos percentuais. Gilberto
Carvalho negou que haja um prazo para a virada na popularidade, mesmo
assim ele considera que as iniciativas que o governo vem tomando em
resposta às manifestações deverão elevar o índice de aprovação do
governo. “Qualquer pesquisa nos convida a olhar nossa atuação.
Entendemos que é um momento muito especial que a gente está vivendo, mas
que nós temos condição, acho que a presidente tomou iniciativas que são
capazes, a nosso juízo, de reverter essa situação”, afirmou.