08 abril 2013

Quem é a Mulher Estampada em nosso Dinheiro?

Nós lidamos com o dinheiro constantemente, todos os dias as notas vão e vem, sendo adquiridas como fruto de nosso trabalho e utilizadas na compra de bens, produtos e serviços. O dinheiro é essencial para uma nação, sendo utilizado como meio de troca na forma de moedas e notas, emitido e controlado pelo governo.

Esta mulher esteve presente em quase todos os dias de nossas vidas e muitos de nós nem sabemos o que ela representa.

Após sucessivas trocas monetárias (réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, cruzado novo) o Brasil adotou o Real em 01 de julho de 1994, junto a uma grande queda nas taxas de inflação que trouxe uma estabilidade para o país.

A nossa moeda corrente foi implantada no mandato do presidente Itamar Franco, sob o comando de Fernando Henrique Cardoso, até então ministro da fazenda, eleito depois presidente da república.
O nome “Real” foi escolhido por fazer referência à primeira moeda do Brasil, os “Réis”, e principalmente por trazer um sentido de realidade, ou seja, uma moeda que demonstra o real valor da unidade.
“O dinheiro, o plano real, o nosso país… Tudo isto é representado por um papel, um papel chamado cédula, aquele que usamos todos os dias e lutamos tanto para conseguir.”
Muitas vezes as pessoas não se perguntam o porquê das coisas, mas devemos sempre ter em mente que em tudo há uma razão e um motivo. Vamos analisar a composição das nossas cédulas para entendermos os seus significados e principalmente descobrirmos quem é essa misteriosa mulher estampada em nossas notas.


A começar pelos animais, nós todos já sabemos que em toda nota de real há um animal estampado, os mais populares são a arara, a onça e a garoupa. Nós vivemos com um verdadeiro zoológico dentro da carteira, temos o beija-flor na nota de um real (nota muito rara hoje em dia), a tartaruga de pente na nota de dois reais, a garça na nota de cinco reais, a arara na nota de dez reais, o mico leão dourado (em extinção) na nota de vinte reais, a onça pintada na nota de cinqüenta reais e a garoupa na nota de cem reais. Tais animais foram escolhidos como uma homenagem á fauna brasileira, demonstrando sua diversidade e riqueza.
Enquanto de um lado da cédula temos a estampa dos animais que homenageiam a nossa fauna, do outro temos a imagem do rosto de uma mulher “desconhecida.”

Se as cédulas representam a moeda, a economia, a política e principalmente o nosso país, por que não colocar a imagem de pessoas que revolucionaram ou contribuíram para nossa história como, por exemplo, Dom Pedro I que emancipou o Brasil?

Vejamos por exemplo os Estados Unidos da America, em suas notas de dólar estão estampados grandes ícones do país como: George Washington, Thomas Jefferson, Abraham Lincoln, Benjamin Franklin, etc…



No Brasil, a imagem da mulher não está somente em uma, mas em todas as nossas cédulas de dinheiro! Por este motivo, suponho que ela seja muito importante… Mas quem é ela afinal?
Tudo começou a partir de um acontecimento que marcou e modificou o mundo inteiro, sendo considerado o maior acontecimento da história nos últimos 1800 anos: A Revolução Francesa.
A revolução francesa aconteceu entre 05 de maio de 1789 até 09 de novembro de 1799, durante este período muitos fatos históricos ocorreram.
De forma resumida:
Antes da revolução havia um regime absolutista, onde o rei governava através de um poder supremo fazendo com que 95% da população fosse oprimida e explorada pelos seus outros 5% (Clero e Nobreza), condenando a guilhotina ou prendendo na Bastilha aqueles que se opunham ao governo.
A França passou por períodos revolucionários que se iniciaram com a queda da bastilha em 1789 (prisão política símbolo da opressão), e chegaram até o seu ápice no ano de 1793, quando a família real francesa foi toda guilhotinada.

O fato é que o povo era oprimido e submisso, para que a revolução acontecesse era necessário incitar o povo, era necessário inspirá-los! Foi isso que aconteceu no dia em que uma nova perspectiva e um novo ideal foi lançado:

“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Essa frase não lhe soa familiar? Para quem não sabe, este é o princípio básico da maçonaria. Isso mesmo, até os livros de história admitem, foram os maçons quem planejaram, inspiraram e contribuíram para a revolução francesa através de seus ideais iluministas. O povo precisava de esperança, e foi exatamente isso que a maçonaria lhes deu.

Após o triunfo da revolução, foi criada a República Francesa, terminando com o sistema absolutista, dando mais autonomia ao povo através de direitos sociais e com a declaração dos direitos do homem e do cidadão.

“A revolução, os novos ideais, as perspectivas do povo, enfim, a república, precisava de um símbolo, de uma imagem, e assim foi criada Marianne, a personificação da república.”

“Marianne é liberdade, igualdade e fraternidade, ela simboliza o triunfo e a república.”


Na antiguidade era comum representar ideais, fenômenos e entidades abstratas, em deuses, deusas e personificações alegóricas, esta prática foi menos comum na idade média, mas ressurgiu durante o renascimento.
Esta mulher representa a razão, a nação, a pátria e principalmente as virtudes da república.
Historiadores dizem que a razão pela qual foi escolhida uma mulher para representar a república, foi que uma alegoria feminina simbolizava uma ruptura com o antigo regime autocrático chefiado por homens.
A origem do nome é um pouco incerta, mas muitos dizem que se trata da junção dos dois nomes femininos mais comuns na França: Mari e Anne.
Sendo assim, Marianne se tornou a Efígie da república. Efígie significa alegoria, ou símbolo.
Chamada por uns de “Senhora da Liberdade” e por outros de “Senhora da Maçonaria”

Repare nas semelhanças entre o rosto da estátua da liberdade e da mulher estampada em nosso dinheiro, elas são a mesma pessoa, Marianne.

Quando a França resolveu presentear os EUA em comemoração aos seus 100 anos de declaração de independência, fez isso através da Estátua da Liberdade: uma versão maçônica de Marianne, feita pelo maçom Frederic Auguste. Não demorou para que Marianne se tornasse alegoria da República em todo o Ocidente, incluindo, é claro, o Brasil. Se os americanos conseguem ver a Maçonaria na nota de um dólar, através do “Olho que tudo vê”, nós brasileiros podemos encontrá-la em todas as nossas notas através dela, Marianne, a Senhora da Liberdade, a Senhora da Maçonaria.