19 março 2013

Redações nota 1.000 do Enem tinham erros de português, diz jornal


Redações que obtiveram nota máxima no Exame Nacional do Ensino Médio apresentaram graves erros de português, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (18) no jornal "O Globo". Palavras escritas com erros de grafia como "rasoável", "enchergar" e "trousse" apareceram em alguns textos que ganharam nota 1.000. Também foram percebidos erros de concordância em algumas redações. O Ministério da Educação explicou que o texto é analisado como um todo, e o que importa mesmo é que candidato tenha um excelente domínio do português, mesmo que ele cometa pequenos desvios gramaticais. A redação do Enem teve como tema "Movimento imigratório para o Brasil no século 21". A realização da prova de redação deveria cumprir as exigências de cinco competências determinadas no edital do MEC:
Redações nota 1.000 do Enem tinham erros de português, diz jornal
1ª competência: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
2ª competência: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
3ª competência: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
4ª competência: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação.
5ª competência: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando
De acordo com o guia elaborado pelo MEC para explicar a correção da prova de redação, a nota máxima na primeira competência significa que apresentou nenhum ou "pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita". O erro de grafia em palavras simples e o fato de que ele não ocorre em várias partes do texto, segundo o ministério, "revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais".
Cálculo da nota
A nota final da redação corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas por dois corretores. Caso houvesse discrepância de 200 pontos ou mais na nota final atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a 1.000), ou de 80 pontos ou mais em pelo menos uma das competências, a redação passaria por um terceiro corretor, em um mecanismo que o Inep chama de "recurso de oficio".
Se a discrepância persistisse, uma banca certificadora composta por três avaliadores examinaria a prova. Os candidatos poderiam solicitar vistas da correção, porém não puderam pedir a revisão da nota.
Dados divulgados pelo MEC em janeiro mostraram que 4.113.558 redações foram corrigidas no exame deste ano, e 826.798 entraram no sistema de terceira correção.
Ainda de acordo com o MEC, 1,82% das redações foi entregue em branco e 1,76% teve nota zero, o que acontece caso o estudante quebre uma das regras da prova (como escrever com caneta preta, com um número mínimo de linhas ou copiar os textos usados como base). Das mais de 826 mil redações com discrepância, 100.087 redações, após a terceira correção, foram encaminhadas ainda para uma banca examinadora, caso previsto para as provas que mantêm uma discrepância mesmo após a terceira correção. (G1)