07 março 2013

Grávidas podem transmitir efeitos do estresse ao feto pela placenta


As grávidas podem transmitir os efeitos danosos do estresse para o bebê por meio da placenta. Essa foi a conclusão de um estudo realizado pela Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia, divulgado pelo jornal Daily Mail. De acordo com os pesquisadores, o impacto do estresse é sentido pelo feto através de uma proteína, que afeta o desenvolvimento do cérebro de meninos e meninas de forma diferente. Os cientistas acreditam que isso poderia explicar as ligações já conhecidas entre o estresse materno e distúrbios como o autismo e a esquizofrenia, mais comuns e graves na descendência masculina. "Quase tudo vivido por uma mulher durante a gravidez tem de interagir com a placenta para ser transmitido para o feto. Agora temos um indicador que parece sinalizar ao feto quando a mãe está estressada", disse o pesquisador Bale Tracy. 
Grávidas podem transmitir efeitos do estresse ao feto pela placenta
Os pesquisadores estudaram ratos fêmeas que foram expostas a estresses leves, como o cheiro de raposas ou barulhos estranhos durante a primeira semana de gravidez. Através da experiência, eles observaram que os níveis de uma enzima chamada OGT eram mais baixos nas placentas dos animais estressados do que nos demais. As placentas ligadas a fetos do sexo masculino apresentaram níveis naturalmente mais baixos do que aquelas associadas a fetos femininos. 
Outras pesquisas mostraram que a queda nos níveis de OGT provocaram mudanças em mais de 370 genes nos cérebros de ratos antes de nascerem. Muitos desses genes desempenham um papel nas funções essenciais para o desenvolvimento neurológico, tais como uso de energia e regulação de proteínas, criando conexões entre células nervosas.As descobertas, publicadas na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, valem também para os seres humanos, segundo os pesquisadores. A análise de placentas humanas, após o nascimento de bebês do sexo masculino, evidenciam níveis reduzidos de OGT. 
Os resultados sugerem que a enzima pode proteger o cérebro durante a gravidez. Como os machos possuem menos proteína, estariam em maior risco ainda se as mães estivessem estressadas. "Queremos chegar ao ponto em que podemos prever a ocorrência de doença do neurodesenvolvimento. Se temos um indicador para essa exposição, podemos mesclar essa informação com o que sabemos sobre perfis genéticos que predispõem indivíduos a essas condições e mantermos um olhar mais atento sobre as crianças que correm mais riscos", disse Bale.