"Quero voltar a sorrir". O desabafo é da dona de casa Eliana Amaral, 31 anos, que sofre de obesidade mórbida e pesa 228 quilos. Morando em uma casa simples de um bairro periférico de Feira de Santana (a 108 km de Salvador) ela necessita de uma cirurgia de redução do estômago e pede ajuda para conseguir ser operada, já que na cidade o procedimento só é feito em hospitais particulares e custa R$ 25 mil.
Em março, Eliana foi operada para colocar um balão gástrico, que foi doado por um laboratório de Salvador. A cirurgia foi realizada pelo cirurgião do aparelho digestivo Fernando Farias e os custos foram pagos por uma ONG na cidade.

O médico Reinaldo Atayde, que é cirurgião bariátrico e está acompanhando Eliana, diz que na Bahia apenas dois hospitais em Salvador fazem a cirurgia gratuitamente pelo SUS, mas que a liberação demora até 4 anos. "Se a paciente der entrada agora, provavelmente ela só consiga ser operada daqui a 4 anos, e ainda depende da fila de espera", explicou. Ele explicou que para fazer a cirurgia a dona de casa terá que desembolsar cerca de R$ 12 mil, já que ele dispensou os seus honorários. "Ela está com 228 kg, sendo que o risco é maior, e as complicações também. Então, é melhor que ela faça logo a cirurgia para evitar maiores problemas", disse.
Sobrevivendo com uma renda mensal de um salário mínimo, proveniente do emprego de carregador do esposo, Eliana tem dificuldade de manter a dieta que a nutricionista lhe recomendou. "Não temos como arcar com os custos dos produtos, então faço uso da comida que compramos para meus filhos, evito doces, massas e gorduras", contou. (A Tarde)