
De acordo com o promotor, a testemunha foi arrolada pelo MP, mas na terça-feira, o advogado foi comunicado pela comarca de Tangará da Serra de que não haveria mais o depoimento. Mesmo assim, o advogado viajou a Mato Grosso e não compareceu ao julgamento em Contagem nesta quarta-feira. Por isso, o MP entendeu que houve manobra para o adiamento do júri, até porque o promotor fez um levantamento identificando que havia voos de duas companhias aéreas em dois horários com destino à capital mineira, o que possibilitaria o retorno e a participação no júri, mesmo que houvesse audiência em Tangará da Serra. "Ausentou-se porque o quis. E o seu querer está associado estritamente à protelação do desenvolvimento desse processo, o que é uma afronta à dignidade da Justiça." Por tudo isso, o Ministério Público fez diversos pedidos à juíza. Que a OAB seja comunicada do episódio, intimação da Defensoria Pública (para que seja designado um advogado ao Bola ou, na impossibilidade, um defensor dativo - indicado pela juíza). O promotor também requereu que a ausência do advogado seja julgada por não justificada e, já prevendo possíveis problemas semelhantes no julgamento do caso Eliza Samúdio, dia 19 de novembro, que a situação acontecida hoje seja anexada ao processo da Eliza, e que ele seja intimado a constituir novo advogado para que, no dia do júri, tenha um defensor. A juíza considerou todas as informações repassadas pelo Ministério Público e disse que "a Justiça não pode tolerar esse tipo de conduta que traz prejuízos ao Estado e à sociedade".
Por fim, o promotor disse que "por já antecipar a possibilidade da manobra ter contornos mais ultrajantes à dignidade da Justiça, alerto que não pode ser tolerada impunemente a volta surpreendente de qualquer um dos demais defensores", que foram destituídos por Marcos Aparecido dois dias antes do julgamento, no caso, os advogados Zanone de Oliveira e Ércio Quaresma, entre outros. A juíza proibiu o retorno dos advogados destituídos ao caso e mandou intimar a Defensoria Pública para que ela apresente advogados para Bola. "O povo brasileiro está cansado de mensaleiros e da corrupção, mas também do trabalho espúrio de alguns advogados", disse Marixa. Caso Bola deseje o retorno dos advogados, eles podem voltar. Porém, se no dia 5 de novembro faltarem novamente, o ex-policial será defendido por um defensor público, uma vez que o júri não pode ser adiado mais de uma vez. (Terra)