
A diretora de Recursos Humanos da Bridgestone, Simone Hosaka, diz que aguarda proposta do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Borracha de Camaçari (Sindborracha) para o parcelamento do desconto ou formas de compensação dos dias parados. O presidente da entidade, Clodoaldo Gomes, alega que a fabricante não está disposta a negociar. “A empresa fala que somos intransigentes, mas foi ela quem criou uma estrutura de guerra, colocando contingente de policiais na fábrica e seguranças à paisana”, afirma.
O grupo americano está há mais de sete décadas no Brasil, onde inaugurou sua primeira fábrica em Santo André (SP) nos anos 40. A filial baiana, aberta em 2007, emprega 600 trabalhadores. Nas unidades de Santo André e de Campinas (SP), com 3,5 mil funcionários, a empresa fechou acordo de reajuste de 5% (sendo apenas 0,14% de aumento real) e participação nos resultados (PPR) de R$ 8 mil. Os trabalhadores baianos pedem 2% de aumento real e PPR de R$ 9,2 mil, acerto feito com outras empresas pneumáticas da região. Segundo Gomes, as empresas antes concentradas em São Paulo abriram filiais na Bahia com oferta de salários mais baixos e regras diferenciadas, como período de apenas meia hora para o almoço. O trabalhador local da Bridgestone, diz ele, recebe R$ 8,56 por hora, enquanto o de Santo André ganha R$ 17,23. Ele afirma que apenas 10% dos funcionários estão entrando para trabalhar. Simone informa que 50% do contingente já voltou ao trabalho. De acordo com o sindicalista, a unidade tem prejuízo diário de R$ 500 mil com a queda da produção. Para não prejudicar o fornecimento de pneus aos clientes, a empresa realocou parte da produção da unidade baiana para a de Santo André. “Estamos operando com metade da nossa capacidade, que é de 8 mil pneus por dia”, informa ela. Segundo a diretora de RH, como metade do pessoal está trabalhando, a empresa não pode aceitar que a outra metade que não trabalhou receba os salários integrais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.