04 maio 2012

APLB de Stº. Antônio de Jesus:"estamos envergonhados com o governo do PT, é uma farsa"

Representante da APLB de Santo Antônio de Jesus, professora Jucilane Barreto voltou a falar nesta quinta-feira (03) no programa Mesa Redonda da Rádio Recôncavo FM com Ney Bacchely sobre a greve da categoria.
Jucilane informou que os professores estão em manifestação há 15 dias dormindo em frente a Assembleia Legislativa em Salvador, na reivindicação de hoje foram vendidas frutas e verduras, “formando uma imagem inaceitável e inacreditável para esse governo”, exclamou. A professora informou que a reunião realizada neste dia em Santo Antônio de Jesus com os professores serviu para passar as informações sobre as assembleias realizadas em Salvador, foi possível também ouvir os alunos, saber quais escolas não aderiram a greve. Segundo Jucilane, a Escola Anísio Teixeira, o Olavo Galvão e uma escola de Muniz Ferreira em que apenas uma professora dá aulas. Ela salientou que a categoria não quer inviabilizar o ano letivo, mas repor as aulas.
Sobre o governado do estado leia abaixo o que diz a APLB:
Revoltada, Jucilane esclareceu que o governador Jaques Wagner está mentindo quanto ao valor do piso salarial ao afirmar que é de R$3 mil, pois essa remuneração é adquirida pelo professor no transcorrer de sua carreira, ao fazer curso de aperfeiçoamento e outras atividades. O valor real do piso do professor da rede estadual é R$ 700,00, “mas o governo tem o poder financeiro e a mídia nas mãos, informa o que quer”, acrescentou. Ela criticou a postura dos deputados, que não servem ao povo, mas ao governo, ao aprovarem duas leis de 2012 descredenciando o magistério. Explicou que o governo somou as gratificações dos professores ao piso anterior que era R$1.197,00 decretando o piso salarial de R$1.451,00 para os professores sem nível superior de 40 horas quando deveria enviar projeto para ser votado colocando 22,22 sobre o piso anterior.
Jucilane afirmou que a motivação da greve foi o não oferecimento do piso, garantido em acordo estabelecido pelo governo em novembro, justificando o não-cumprimento por falta de verba, mas existe o fundo da educação, o Fundeb, e se não há verbas, as contas deveriam ser disponibilizadas, comprovando-a.  Informou, ainda, que o governo não recebe a categoria para negociações, agindo de forma intransigente como foi com os policiais. Outras ações intolerantes do governo foram:  exigir que os professores contratados dessem aulas, o corte salarial de educadores aposentados e licenciados, a vedação da consignação bancária e há boatos sobre o corte do plano de saúde, entre outras.
A professora afirmou que a APLB entrou na justiça contra o corte salarial, contra a aprovação dessas leis e contra a ilegalidade da greve (Já que foi decretada por um juiz e não pelo STF). Ela afirmou que é vergonhoso um governo trair as categorias que o elegeu, “esse não é o governo do povo como sempre pregava, votei em Wagner com toda esperança, estamos envergonhados em dizer que temos a frente da Bahia uma pessoa que lutou a vida toda no PT e hoje lava as mãos para as injustiças, isso é uma farsa”, desabafou.
Em relação à motivação política, ela explicou que algumas manifestações têm cunho político sim, mas que a categoria em si, os professores não têm essa ligação, isso é o que deve ser considerado, “é um movimento de base, de rua, não é um movimento político”, acrescentou.
A próxima assembleia será realizada dia 07 (segunda-feira) em Salvador, irão 15 pessoas de Santo Antônio de Jesus e no dia 09 (quarta-feira) será realizada nesse município às 09h no auditório da Construção Civil.vozdabahia